Na tarde da última terça-feira (25), no Palácio do Planalto, movimentos sociais reuniram-se com a Secretaria de Educação Continuada, do Ministério da Educação (SECAD/MEC), para discutir sobre a primeira proposta do Programa Nacional de Educação para o Campo, o PRONACAMPO.
Essa primeira versão foi realizada a partir da reivindicação apresentada pelos movimentos sociais, no primeiro semestre do ano, de elaborar uma política nacional de educação que contemplasse o ambiente rural, bem como respeitasse a realidade da agricultura familiar.
A proposta contempla educação infantil, ensino fundamental e médio, educação superior e qualificação, propõe também um Plano Nacional do Livro Didático do Campo e de diversidade.
De acordo com Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL se há um “Plano Nacional de Educação é justo que o campo esteja inserido nessa política de forma efetiva e não com projetos pilotos e ou ações isoladas”.
Para ela, o quesito qualificação e formação para educadores também precisam referenciar o meio rural. “A qualificação tem que estar ligada às políticas públicas, aos desafios que a agricultura familiar tem para enfrentar. E a formação dos professores tem que ser realizada de forma que ele esteja inserido no contexto local”, explicou a coordenadora.
“Além disso, é necessário que os programas que já existem voltados para a educação no campo sejam reestruturados como, por exemplo, o Saberes da Terra, que não avançou significativamente devido a falta de participação social”.
Ainda na proposta apresentada pelo governo, existe a construção de pólos educacionais que terão salas de aula, alojamentos para educadores e alunos, mas que ainda está em fase de elaboração pelo Ministério.
Entretanto, os movimentos foram enfáticos ao concordarem sobre a importância dos pólos, desde que sejam valorizadas e fortalecidas as experiências que os próprios movimentos construíram como as Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), por exemplo.
Também participaram da audiência Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria Geral da Presidência da República e representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
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